Médicos de Portugal rejeitam a proposta feita pelo Ministério da Saúde de abrir vagas temporárias no interior do Brasil e acusam o governo brasileiro de não tratar os portugueses com “dignidade”. Presidente da Ordem dos Médicos de Portugal, José Manuel Silva alerta que dificilmente um profissional do país aceitará as condições impostas e diz que o plano do ministro Alexandre Padilha é “desprestigiante”.
Como os portugueses receberam a proposta brasileira? Essa proposta deixa os médicos portugueses confinados a uma região. Não é uma forma de tratar com dignidade profissionais portugueses. Há muitos médicos brasileiros em Portugal e não fizemos isso com eles. O que o Brasil oferece é desprestigiante. A qualidade dos profissionais em Portugal é alta e a proposta desconsidera essa qualidade.
Mas Portugal vive sua pior crise em 30 anos, com desemprego recorde. A proposta brasileira não seria uma solução? Temos acordos com Alemanha, Reino Unido, Dinamarca e França. Todos nos oferecem melhores condições que o Brasil. Dificilmente algum médico português aceitará as condições oferecidas pelo Brasil. Até porque a situação de trabalho nesses locais mais distantes certamente é mais dura e haveria problemas de adaptação.
Qual sua posição sobre a oferta de que os médicos portugueses não tenham de revalidar o diploma? Qualquer proposta entre governos deve primeiro passar por aprovação do Conselho Federal de Medicina no Brasil. As condições de reconhecimento de diploma devem respeitar as regras de cada país.
Mas o senhor está disposto a dialogar com o governo brasileiro? Temos disposição para o diálogo. Mas ele não pode ocorrer apenas entre governos. Não foi positiva a forma como foi apresentada a ideia. Assim como pedimos isso de um brasileiro aqui, a lei brasileira deve ser aplicada para um estrangeiro.
Comentário meu: Isso é um complicador a mais para o projeto do Governo Federal além dos já existentes por aqui. Esse assunto precisa ser melhor avaliado e discutido. o problema da saúde não é só a falta de médicos. É isso também, mas antes está a falta de condições mínimas para o funcionamento do sistema.