Brasil deixa de ter a maior taxa de juros reais do mundo; Rússia lidera.

Do UOL, em São Paulo:

O Brasil deixou de ter a maior taxa de juros reais do mundo, segundo levantamento feito pelo analista internacional da Apregoa.com – Cruzeiro do Sul, Jason Vieira, em colaboração com o analista de mercado da Weisul Agrícola, Thiago Davino. A Rússia agora é a campeã dos juros reais.

Com a redução dos juros nominais para 9% ao ano, decidida nesta quarta-feira (18) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, a taxa de juros reais no Brasil cai para 3,4% ao ano.

O primeiro lugar no ranking ficou com a Rússia, com taxa de 4,2%. Em terceiro, aparece a China, com 2,9%. Na outra ponta, com as menores taxas de juros reais do mundo, aparece a Venezuela, com taxa de juros reais de -6,9% ao ano, antecedida por Cingapura (-4,4%) e por Turquia (-4,2%)

A mudança de posições aconteceu com as últimas reduções de juros no Brasil, além de algumas projeções de inflação e ao aumento dos juros reais na Rússia. Os juros reais descontam a inflação projetada para os próximos 12 meses.

Falando de juros nominais (que não descontam a inflação), a Venezuela tem a maior taxa do mundo, com 15,65%.

O Brasil vem em segundo no ranking dos juros nominais, empatado com a Argentina, com 9%.

O ranking foi elaborado pelo analista internacional da Apregoa.com – Cruzeiro do Sul, Jason Vieira, com a colaboração do analista de mercado da Weisul Agrícola, Thiago Davino. A pesquisa de juros reais não inclui todos os países do mundo, mas 40 economias relevantes.

Comentário meu: Os juros no Brasil devem continuar caindo, mas há uma questão delicada a ser resolvida que diz respeito à remuneração das cadernetas de poupança. É que mais uma redução na SELIC, a poupança vai ficar mais atraente e isso provocará uma fuga dos títulos da Dívida Pública para a caderneta de poupança. Esse o dilema que a equipe economica está vivendo: para baixar os juros, como deve, terá que diminuir os rendimentos da poupança. Especulam-se três medidas: a)- vincular os rendimentos da poupança a um percentual da SELIC; b)- deixar as atuais regras valendo apenas até um teto para favorecer os pequenos poupadores; c)- novas regras só valerão para os novos depósitos. Vamos aguardar que amanhã devem ser anunciadas.