BC fecha Banco Rural

Do UOL, em São Paulo:

O Banco Central do Brasil anunciou, nesta sexta-feira (2), a liquidação extrajudicial do Banco Rural “em decorrência do comprometimento da sua situação econômico-financeira e da falta de um plano viável para a recuperação da situação do banco”.

O banco esteve envolvido no escândalo do mensalão. No julgamento do caso, o STF (Supremo Tribunal Federal) chegou à conclusão de que, no início do primeiro mandato do ex-presidente Lula, houve um esquema de desvio de dinheiro público e empréstimos fictícios para a compra de votos de parlamentares em apoio ao governo federal.

O banco foi procurado pela reportagem do UOL, mas até o momento não se posicionou.

De porte pequeno, o Banco Rural foi fundado em 1964 e atuava, principalmente, no mercado de crédito para pequenas e médias empresas. A instituição detinha, em março, 0,07% dos ativos e 0,13% dos depósitos do sistema financeiro, segundo dados do BC.

A decisão do BC atinge as demais empresas do conglomerado: o Banco Rural de Investimentos; o Banco Rural Mais; o Banco Simples e a Rural Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários.

Agora, o Banco Rural deixa de funcionar operacionalmente, seus funcionários são dispensados e os bens dos donos e ex-administradores ficam indisponíveis.

O BC nomeou Osmar Brasil de Almeida para ser o liquidante do grupo –ele tem que vender a massa de bens e aplicações do banco para ressarcir os credores.

O Banco Central afirmou, em nota, ter detectado graves violações às normas legais e sucessivos prejuízos que sujeitam os credores a risco anormal e disse que irá tomar todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades legais para garantir os direitos dos correntistas.

Segunda intervenção do BC em dois meses

É a segunda intervenção da autoridade monetária em instituições financeiras do país em menos de dois meses.

Em 19 de junho, o BC decretou a liquidação extrajudicial do Banco BVA, que estava sob intervenção desde outubro de 2012. Em setembro de 2012, o BC liquidou os bancos Cruzeiro do Sul e Prosper.

Clientes têm até R$ 250 mil garantidos

O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) dá uma garantia individual de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ para correntistas de bancos que são liquidados. Entre os investimentos que são cobertos pelo fundo estão as aplicações em conta poupança, no CDB e nas LCI (Letras de Crédito Imobiliário), além das letras hipotecárias e as letras de câmbio.

Se um cliente compra um CDB de um banco, por exemplo, isso significa que ele está emprestando dinheiro a essa instituição. Caso a instituição não honre o pagamento ao cliente, o FGC fará esse pagamento, até o limite de R$ 250 mil.

O FGC é administrado pelos próprios bancos e tem como objetivo garantir os depósitos dos clientes em caso de quebra da instituição financeira.