ÀS MINHAS MÃES

Nós não temos apenas a nossa mãe biológica. Claro que sem ela, nem existiríamos, mas, em verdade, temos muitas mães e vamos agregando outras ao longo da vida. No meu caso, tive uma querida mãe, mesmo antes de nascer, e foi ela quem escolheu o meu nome.

Explico melhor. Meu avô Serafim veio para Manaus em 1925, aqui trabalhava e o que ganhava mandava para o sustento da família que ficou em Portugal aos cuidados de sua esposa Maria. Era operário da construção civil. Em 1927, mandou buscar meu pai e depois o meu tio Alcino. Em 1946, o meu pai Joaquim casou com minha mãe Safira, e nesse ano meu avô Serafim faleceu sem ter voltado à santa terrinha. Logo depois a minha mãe ficou grávida e mandou uma carta à minha avó Maria lá em Lourosa. Contou-lhe a boa nova e ela respondeu-lhe com um pedido: se fosse menino que levasse o nome do avô Serafim para que a família que se formava no Brasil se lembrasse de quem veio primeiro e terminou aqui ficando para sempre. Prontamente meus pais Joaquim e Safira concordaram: se fosse um menino o nome escolhido era Serafim.

Em 47, nasci e ganhei a minha mãe Safira, querida, saudosa e inesquecível, a quem tudo devo a começar pela vida, passando pela criação, educação, ensinamentos, carinho, amor, enfim TUDO.

Ao nascer ganhei outras mães. Uma muito especial e de quem eu era o xodó, a minha Vó materna Diamantina, o colo mais gostoso que conheci e na casa de quem eu passava os finais de semana ganhando seu carinho e do meu avô Antonio. As suas duas outras filhas, minhas tias Emilia e Esmeralda, passaram a ser, também, minhas mães, além das primas Ana e Dina, já adolescentes que cuidavam de mim com carinho maternal.

O tio Alcino casou com a tia Maria e eu ganhei mais uma mãe. Ela era muito carinhosa comigo e sempre tinha uma fruta, um doce, enfim, alguma novidade para que eu comesse.

Quando o tio Fernando, irmão da minha mãe, casou com a tia Ilza, ganhei mais uma mãe. Alegre, sempre cantando, espalhando simpatia e com sua gargalhada deliciosa que ecoava pela casa. Era uma doceira de mão cheia e de vez em quando mandava uma travessa de brigadeiros pra mim e a Bibi. Ou um pão de ló para o café de domingo. Era um doce de mãe.

Em 72, a Bibi casou e foi mãe em 73 nos dando a Andréa, a primeira flor da quarta geração no Brasil. Já em 74 veio a segunda filha, a pimentinha Adriana.

Em 72, eu também casei e ganhei mais mães: D. Lydia, avó da minha Lydia; a minha sogra Izabel; e as duas madrinhas da Lydia, Fernanda e Suzete. Todas elas sempre me trataram como filho.

Em 74, foi a vez da Lydia ser mãe nos dando essa dádiva de Deus que é a nossa Daniela. Depois, o nosso tesouro aumentou com a chegada do Marcelo e o Rafael.

Apesar de entender que dia da mãe é todo dia, mas respeitando a convenção social de que hoje é o dia das mães, quero dividir com meus amigos do Face essa rápida história das minhas mães, homenageando à todas as mães em nome de três delas: minha mãe Safira, hoje morando no céu, a quem TUDO devo, a começar pela vida; minha segunda mãe, também já no plano superior, minha sogra Izabel a quem tanto devo; minha esposa Lydia, mãe dos nossos três filhos que formam  o nosso tesouro.

Um bom dia a todas as mães. FELICIDADES!