“A vida sempre foi boa comigo. Quando soube que o meu coração estava carregado de sombras e que ele só se alimenta de luz, abriu uma janela no meu peito para que por ela possam entrar o resplendor do orvalho o fulgor das estrelas e o invisível arco-íris do amor”.
“A Janela Encantada” de Thiago de Melo caminha comigo nessa minha tão dolorosa quanto feliz estrada da vida. Essa poesia é algo tão forte em mim que está tatuada para sempre no meu corpo e serviu de nome para o blog onde publico meus escritos mais íntimos (www.ajanelaencantada.com.br).
Também já foi citada em outros artigos e isso me faz temer ser repetitivo. Mas não há mal em repetir milhões de vezes palavras de amor e esperança. Mal haveria em repetir ódio e rancor.
São os momentos mais dolorosos os que mais me mostram o quanto a vida sempre foi boa comigo. Essa semana, foram saudades e conflitos íntimos que renovaram as minhas crenças e fortaleceram para seguir a caminhada.
No sábado, se vivo fosse, meu pai estaria completando 68 anos (faleceu aos 39 anos, em 1985) e essas datas sempre trazem consigo saudade e ausência. Lembramos do abraço que não demos, das palavras que ficaram para um depois que nunca existiu, das alegrias que não puderam ser divididas, dos dias de tristeza em que faltou o velho.
Mas foi o dia que fiz uma prova de triathlon e pude cruzar a linha de chegada carregando uma bandeira improvisada numa fralda, escrito a pincel: PARABÉNS, MEU VELHO UMBERTO. SAUDADES.
No domingo batizei a minha Marcelinha. Lembrei de que no passado preparei o batizado da Maria Carolina, mas não deu tempo. Quis Deus levá-la ao seu encontro quando tinha apenas 3 meses de vida. O tempo passa. A vida passa. E a vida insiste em abrir as suas janelas para mim e fazer-me viver agora a felicidade guardada há 9 anos.
Há outras dores, outras angústias e outros sofrimentos na minha vida, alguns muito duros, mas nada é maior que a crença e o amor que tenho pela vida e pela humanidade.
É na dificuldade e na dor que aprendo o quanto a vida tem sido boa comigo.