Às urnas

Chegou a hora. O Brasil vai às urnas para decidir seu futuro, com perspectivas muito bem definidas. De um lado Dilma, ainda inexperiente, sem traquejo político e sem prática de comando. Do outro, a experiência de José Serra, o acúmulo de mandatos, o sucesso como ministro da Saúde e na condição de gestor dos segundo e terceiro maiores orçamentos do Brasil, a Prefeitura paulistana e o Governo de São Paulo.

Advirto para o risco de uma vitória de Dilma, em combinação com o perfil do parlamento que emergiu do 3 de outubro. É uma ameaça real inclusive às liberdades fundamentais, a começar pelo direito de livre manifestação da imprensa.

Caso a vitória venha a sorrir para Serra, a maioria parlamentar será rapidamente recomposta, embora sem folgas e longe do acachapante, o que é bom para a Democracia brasileira.

Fala-se muito na emancipação da mulher com a eleição de nossa adversária. Não vejo dessa forma. Poucas vezes uma mulher, no caso a candidata Dilma, foi tão dependente de um homem, o presidente Lula, para atingir um objetivo. Isso é bem diferente da vitória e dos Governos da ex-presidente Michelle Bachelet, do Chile, ou da primeira-ministra Ângela Merkel, da Alemanha, mulheres que galgaram espaço próprio e sem subserviência.

De minha parte, nunca torcerei contra o Brasil. Fui contra o impeachment do presidente Lula, no auge do escândalo do Mensalão. Não lhe dei a CPF e ajudei a derrubá-la porque esta havia cumprido seu papel e não mexia com qualquer estabilidade, como ficou provado nos meses seguintes.

Voto em José Serra como companheiro de partido, por acreditar em sua capacidade administrativa e como patriota, pela convicção de que sua proposta é a melhor para o Brasil. Entre as duas candidaturas postas, a dele é a única capaz de promover as reformas inadiáveis e aprofundar as que foram feitas pelo Governo Fernando Henrique, na grande maioria, ou mesmo pelo presidente Lula.

Desejo que, das urnas, emerja a paz. Que o Brasil volte a experimentar harmonia, no lugar da hegemonia, e que o aparelhamento da máquina pública se recolha ao passado.

O Brasil e o Amazonas são maiores. Chegou o momento em que o patriotismo falará mais alto. É a hora de Serra.

Boa sorte Brasil.

* O autor é líder do PSDB no Senado.