Café com o Presidente

Participei esta semana, em Washington, ao lado do senador de meu partido, o PSDB, e presidente da Comissões de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (MG), do 58º National Prayer Breakfast (Café Nacional da Oração). Trata-se de organizado e comovente momento de congraçamento, em busca da reconciliação entre os povos e da aproximação com Deus, no qual a principal personalidade é o presidente norte-americano. Barack Obama foi lá e fez belo discurso.

Esse encontro é organizado pelo Congressional Commitee dos Estados Unidos, desde 1953, embora seja realizado desde 1942, por conta de uma história prosaica. O general Douglas MacArthur, comandante militar do Atlântico Sul, costumava comparecer ao evento ostensivamente armado e isso soava como tentativa de intimidação. Para evitar que as coisas tomassem esse rumo, os congressistas resolveram criar um comitê especialmente para cuidar da organização e do cerimonial do evento, desde então mais voltado ainda para o aspecto religioso.

Fui à casa 133, da rua C, atrás do Senado dos EUA. É um local singelo, que pouca gente conhece, embora confortável e estruturado, com 10 suítes, onde se hospedam parlamentares republicanos ou democratas, deputados ou senadores. É um exercício extremo de democracia, em que não prevalece o grupo no poder ou qualquer tipo de individualidade.

Os hóspedes da casa passam pelo menos três dias por semana lá, conversando, buscando caminhos e procurando resolver profundamente divergências ocorridas no plenário.

Conversei muito com um senador estadunidense. Trocamos idéias, experiências e análises de cenário. Disse-me da atenção que os EUA têm sobre nosso País, que consideram potência econômica destinada a figurar entre as cinco maiores do mundo, num futuro próximo. Contou-me também sobre os bastidores da política de seu país.

O ponto alto do National Prayer Breakfast, porém, foi mesmo o discurso do presidente Barack Obama. É bom ver alguém fazer um pronunciamento para representantes de tantos países – embora o convite diga que eram esperados 160, soube, pela organização, que apenas 140 se fizeram representar – e sair-se bem do desafio. Ainda mais levando em conta que, num evento de caráter nitidamente religioso, em país de maioria protestante, Obama não se furtou a abordar temas polêmicos como gays e lésbicas, que, aliás, a secretária de Estado Norte-Americana, Hilary Clinton, também abordou.

Os Estados Unidos são a maior potência econômica mundial. Têm um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 9,9 trilhões, correspondentes a quase metade da riqueza mundial. Os chamados “Pais da Pátria”, como George Washington, Benjamin Franklin, Abraham Lincoln e Thomas Jefferson, deixaram um legado rico em ensinamentos e simbologias na sua capital federal.

Cumpro minha obrigação de estudá-los e, sem deixar de admirá-los, ajudar o Brasil a se desenvolver evitando os erros que cometeram.

Os dias em Washington têm sido sob nevasca severa, com 65 centímetros de neve, funcionários dispensados do trabalho, escolas sem aula. Mesmo assim têm sido grande oportunidade para conversar e aprender.

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