Rio x Nal: A volta da tradição

O futebol em Manaus já teve os seus bons tempos. Depois, caiu, desapareceu, sumiu. Agora, um amplo movimento está sendo feito no sentido de resgatá-lo. É importante que isso aconteça.

Ontem, o jogo Rio Negro e Nacional pelo campeonato amazonense teve toda uma programação especial. O Nacional tomou a iniciativa de trazer dois craques do passado que marcaram época: Campos e Pedrilho.

Pedrilho era um líder que organizava o time dentro e fora do campo. Já Campos era o artilheiro que surpreendia e fazia gols no momento certo.

Era 1972, o Nacional ganhou o campeonato e queria disputar o Campeonato Nacional. O seu Presidente era o saudoso Desembargador Paulino Gomes e depois de muita luta o Nacional foi convidado pela CBD. Quando o convite chegou, a diretoria caiu na real: não tinha time competitivo para enfrentar o campeonato brasileiro com grandes equipes.

Naquela época, existiam dois campeonatos. O dos titulares e dos juvenis. Quem completava dezoito anos não podia mais jogar no juvenil. Diretores do Nacional descobriram que o Atlético Mineiro tinha mais do que um time de bons jogadores que haviam estourado a idade no juvenil e não conseguiam entrar no time de cima.
Um diretor, o Maurício Costa, foi a Belo Horizonte e trouxe um time inteiro. Dentre eles, Campos que logo nos primeiros jogos despontou como artilheiro do campeonato.

Era artilheiro, resolvia na hora do aperto, mas era também “da noite”. Isso fazia com que a diretoria tivesse o maior cuidado nas vésperas dos jogos. Num sábado, véspera de jogo com o Corintians, o diretor encarregado de tomar conta do hotel para que ninguém fugisse, descobriu que na cama dele estava dormindo um funcionário do hotel.

O diretor foi direto na Boite “Danilos”, o point da época, e lá encontrou Campos dançando com a Miss Amazonas. Ele propôs um acordo: “Já que estou aqui, me deixa curtir o resto da noite. Se amanhã eu não resolver, eu vou embora”.

O diretor irritado foi embora e no domingo pela manhã comunicou à diretoria que achou melhor não fazer nada antes do jogo. A tarde, com o Vivaldão lotado, Campos fez dois gols e o Nacional ganhou por 2 X 0. Um deles, desmoralizou o Baldocci que após um drible desconcertante caiu sentado.

Esse era o Campos que voltou para o Atlético, fez sucesso, chegou até à seleção brasileira, mas, obviamente, terminou não dando certo.

3 thoughts on “Rio x Nal: A volta da tradição

  1. Acho que o sonho de todo manauara e ver um dos times locais disputando a série A do campeonato brasileiro. Espero que este dia chegue o mais rápido possível. Público para assistir aos jogos tenho certeza que não faltará.

    Um grande abraço.

  2. Serafim, uma pergunta: quando Prefeito, quanto o Sr. destinou ao patrocínio dos clubes amazonenses? abraço.

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