Serafim Corrêa diz que ONGs não são o caminho para administrar Saúde no Amazonas

O deputado Serafim Corrêa (PSB) se posicionou contra a contratação de ONGs para prestação de serviços de saúde no Amazonas e que, na maioria das vezes, não têm transparência em suas contas.

O posicionamento foi dado durante a visita do Secretário de Saúde do Estado do Amazonas (Susam), Vander Alves, à Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta quinta-feira, 17, quando prestou esclarecimentos sobre denúncias envolvendo de um contrato para realização de cirurgias no Hospital Delphina Aziz.

De acordo com Serafim, o que houve foi um equívoco, quando da divulgação do extrato do contrato feito pela Susam, pois permitia interpretação dúbia.

“Especificamente sobre o caso, entendi perfeitamente. Não são apenas 780 cirurgias. São 780 mensais, o que durante três meses são 2.340 cirurgias. A conta certa é dividir o valor do contrato (R$8.4 milhões) por 2.340 e não por 780. Pode ter havido uma falha na publicação da SUSAM que divulgou 780 cirurgias e não colocou que eram mensais. Com isso o fato está esclarecido.

Por outro lado, o deputado reiterou que o principal problema da saúde é a terceirização em favor de ONGs que se arrasta por 23 anos e compromete a qualidade da saúde em nosso Estado.

“Há 23 anos ocorre um processo progressivo e crescente de terceirização em favor de ONGs no sistema de saúde e, na minha avaliação, vamos demorar dez anos para sair disso. Não tenho nada contra terceirizar, mas entendo que, principalmente no setor de saúde, tem muita ONG que está fazendo outras coisas e diz que presta serviço de saúde, algumas funcionam apenas em numa sala, sem estrutura alguma. Isso está errado. Não estou acusando ninguém. Este problema da terceirização se arrasta há mais de 20 anos e contém uma série de serviços que poderiam ser prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e isso não acontece.”

O deputado lembrou que quando prefeito de Manaus, implantou dois laboratórios de qualidade (nas zonas Norte e Leste) com capacidade para fazer todos exames clínicos de Manaus, de baixa complexidade. Na sequência, foram feitos mais dois laboratórios, um na zona Oeste e outro na zona Sul.

“Há dez anos, a prefeitura reivindica da Susam a não contratação de laboratórios particulares, mas por meio da tabela SUS, que ela seja contratada por um preço menor. O secretário Pedro Elias também esteve aqui na Assembleia, sugeri este caminho, mas foi como se nada tivesse acontecido. O sistema continua desse jeito. Entendo que é uma questão cultural e que não me agrada”, defendeu.

O secretário Vander Alves colocou-se a disposição para qualquer outro esclarecimento.

Texto: Luana Dávila

Foto: Marcelo Araújo