CANTO DA PEIXADA: 40 ANOS

Oficialmente o Canto da Peixada, restaurante mais antigo de Manaus, faz 40 anos amanhã, dia 1º de maio. Para mim, no entanto, a data é hoje. Reproduzo abaixo coluna de um ano atrás:

“E O MIJO FOI DE GRAÇA…

Corria o ano de 1974, mês de abril, dia 18, e eis que ela chega, a Daniela, para a minha alegria e a da Lydia, dos avós Armindo e Joaquim, das avós Safira e Izabel, enfim para a alegria de toda família. Isso aconteceu na Beneficente Portuguesa.

Dias depois a brincadeira dos amigos: “e aí, essa menina não vai fazer xixi?”

Manaus era uma cidade em que todos se conheciam. O Luizinho era o alfaiate da cidade. Conhecia a todos. E convidava todo mundo para o lançamento de um restaurante de sua propriedade, o Canto da Peixada, em sociedade com um pescador do Cambixe, o Aldenor. A inauguração seria no dia 1º de maio de 1974, dia do trabalhador e feriado.

No dia 30 de abril, após uma reunião na Aurora Lusitana, o Luizinho convida todos para a inauguração no dia seguinte, mas na saída brinca comigo:

– “Já que a menina não faz xixi, vamos lá agora conhecer o que será o melhor restaurante de peixe de Manaus, o Canto da Peixada.”

E lá fomos nós, eu, Maneca, Tio Quelé, Álvaro Cezar de Carvalho, Joaquim Ferreira Campos e Luiz Humberto Rosas.

Chegamos e estavam nos preparativos finais, mas a cozinha já estava funcionando. E o Luizinho animado nos apresentou o seu sócio, o Aldenor ( foto acima), e gritou:

– “Sai três calderadas de tucunaré e três Brahmas bem geladas. Véu de noiva. É o mijo da menina do Serafim.”

Portanto, tive a alegria de participar da pré-inauguração do que hoje é o mais antigo restaurante de Manaus, o Canto da Peixada, onde comemorei com amigos diletos a chegada ao mundo da nossa princesa, minha e da Lydia, a Daniela.

Dia 1º de maio estarei lá, 39 anos depois, levando o meu abraço. O Luizinho não é mais sócio, o Aldenor toca o negócio, mas são verdadeiros irmãos e todos os anos estão juntos.

Da turma da pré-inauguração, só eu, o Maneca, o Luizinho e o Aldenor estamos aqui contando a história. Os outros já estão lá de cima nos protegendo.

(*) Costela de tambaqui, principal prato há 40 anos.

O Aldenor, guerreiro e lutador, continua vencendo as dificuldades e mantendo o melhor peixe de Manaus, principalmente a costela de tambaqui, prato predileto de muita gente: o Papa João Paulo II, o seo Amador Aguiar, dono do BRADESCO e por aí afora.

E pra completar a história daquela noite de 30 de abril: o Luizinho não cobrou a conta, disse que era pela pré-inauguração.

Resultado, o mijo da nossa princesa foi de graça, viu Daniela.”